O Campus Vitória, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), recebeu no dia 28 de abril um evento para marcar o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes do Trabalho. Foram realizadas palestras e um debate. A organização foi feita pelo Comitê Permanente Regional sobre Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção do Espírito Santo (CPR-ES).

O comitê é formado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintraconst), a Fundacentro, o Ministério do Trabalho e entidades técnicas como o Ifes. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES) foi um dos apoiadores do evento

Foram duas palestras: “Acidentes e Doenças do Trabalho desde a Época de Ramazzini até os Dias Atuais”, de Liliane Graça Santana, coordenadora do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador; e “Terceirização e o Fim do Direito do Trabalho: no Caminho da Superexploração do Trabalhador Brasileiro”, com o procurador do Trabalho Bruno Gomes Borges da Fonseca.

Fonseca destacou que o PL 4330/2004, que possibilita que terceirizados sejam contratados para trabalhar em postos relacionados à atividade-fim das empresas, “permite que existam empresas que não produzem nada. O produto que teriam para oferecer a outras firmas seriam trabalhadores, em cima dos quais elas tirariam seu lucro”.

A coordenadora do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest/ES) Liliane Graça Santana falou sobre a evolução do estudo sobre acidentes e doenças do trabalho desde a época do médico italiano Bernardino Ramazzini (1633-1714) até os dias atuais, destacando o crescente número de acidentes e óbitos ocorridos em atividades laborais.

De acordo com os dados apresentados pela palestrante, em 2013 foram registrados, no Espírito Santo, 11.259 acidentes de trabalho, com 82 óbitos. Em 2014, esses números aumentaram para 13.087 acidentes e 94 mortes.

*Com informações do TRT-ES.
Crédito das fotos: Assessoria de Comunicação do TRT-ES.