Vida longa aos livros

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Parceiro de aventuras, porta-voz do conhecimento e companheiro fiel nos momentos de solidão. Mesmo com o avanço das novas tecnologias, o livro continua acompanhando o homem em todos os momentos da sua vida, seja nas férias ou nas vésperas de prova. E são os nossos cuidados e forma de manuseio que irão determinar seu tempo de vida útil.

Segundo a bibliotecária do campus Aracruz, Luciana Aline Carvalho, os maiores danos aos livros são as dobras (orelhas ou vincos para marcação), os riscos de caneta e o mau manuseio: “quando os usuários vão retirar os livros da estante, os puxam pela lombada e isso ajuda a soltar a capa. Eles também insistem em recolocar os livros na estante depois do uso”. Ela explica que esse hábito, aparentemente trivial, faz com que os livros acabem sendo guardados de forma inadequada e fora dos seus lugares, o que dificulta encontrá-los pelos códigos das lombadas.

E aquele lanchinho durante a leitura também é prejudicial: “Em casa, e até mesmo dentro da biblioteca (o que é proibido!), os usuários tem mania de comer perto dos livros, que acabam molhados e com farelos de comida, o que contribui para a proliferação de fungos e insetos”, conclui Luciana.

Na biblioteca do campus Cachoeiro, onde toda a comunidade acadêmica pode realizar empréstimos, a bibliotecária Renata Lorencine explica que não há como fazer um controle rígido dos vândalos de livros: “quando o usuário devolve um livro rasgado, rabiscado ou com marcas de água, ele é obrigado a repor o título que danificou por um equivalente”. Contudo, os atos de vandalismo que acontecem dentro da própria biblioteca, nas estantes ou nas mesas, passam despercebidos.

Conservar para não restaurar
Preocupada em aumentar a vida útil de suas obras, a biblioteca do campus São Mateus estabeleceu, desde o início de suas atividades, medidas de manutenção preventiva, com uma rotina básica de limpeza e cuidados com o acervo. Entre as orientações, estão jamais umedecer os dedos para trocar as páginas e evitar fazer cópias, principalmente em brochuras (o que danifica a encadernação, soltando as páginas).

Quando um livro é danificado, ele vai para o setor de Processamento Técnico, onde passa por um artesanal processo de restauração.

Na biblioteca do campus Vitória, onde circulam diariamente em torno de 1.000 pessoas, são aproximadamente 10 livros que chegam, por semana, para serem restaurados. De acordo com a servidora Ana Moreira de Souza, responsável pelo setor, o processo é trabalhoso e pode deixar o exemplar fora da prateleira por tempo indeterminado, dependendo das suas condições. “A restauração é feita por etapas, que envolvem desde a reconstrução da capa até a cópia e a colagem das páginas que estão faltando”. O problema das páginas arrancadas, por sinal, é recorrente nos livros didáticos, que os alunos pegam para estudar. Norma Pignaton, coordenadora da biblioteca do campus, explica que esse tipo de depredação é maior entre os usuários de fora, que não podem realizar empréstimos: “há casos em que faltam capítulos inteiros. Quando não há nenhum outro exemplar para tirarmos cópia das páginas, o livro fica inutilizado”, pondera.

Orientações
É sabido que quem procura uma biblioteca está buscando, além de conhecimento, um ambiente propício à concentração. Nos términos de semestre, por exemplo, é comum encontrá-la lotada de alunos se preparando para as provas, todos fugindo do barulho e das distrações. Por esse motivo, é imprescindível falar baixo, deixar o celular no toque silencioso e não atendê-lo lá dentro.