Professor do Ifes realiza pesquisa sobre o papel da mulher imigrante italiana

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A imigração italiana no Brasil tornou-se mais intensa no período de 1876 a 1920, quando, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, mais de 1,2 milhão de imigrantes deixaram a Itália, tendo o Brasil como destino. Uma das maiores colônias italianas do país localiza-se no Espírito Santo; parte dela em Venda Nova do Imigrante, município que foi alvo de pesquisa do professor Rodrigo Paste Ferreira, do campus Venda Nova.

A pesquisa, orientada pelo professor Sebastião Franco, da Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes, durou cerca de três anos, sendo realizada de janeiro de 2006 a setembro de 2008. Para dar base ao estudo, foram entrevistados descendentes de imigrantes italianos residentes em Venda Nova, com mais de 70 anos.

O pesquisador escolheu trabalhar com a mulher imigrante com o objetivo de mostrar que, assim como os homens, elas também contribuíram para a formação e para o desenvolvimento das comunidades nas quais estavam inseridas. “Minha pesquisa partiu do pressuposto de que o patriarcalismo sempre atribuiu um papel de destaque para os homens e um papel secundário para as mulheres, na formação da sociedade”, afirmou Rodrigo.

Os resultados obtidos na pesquisa indicaram que o papel da mulher imigrante foi de importância fundamental no processo de formação social, cultural e econômica de Venda Nova do Imigrante. De acordo com o pesquisador, a mulher trabalhava ao lado dos homens nas lavouras, tinha jornada de trabalho dupla e, além disso, atuava tanto nas atividades econômicas diretas, quanto nas secundárias. Para o professor, ao término da pesquisa, “ficou claro que não podemos achar que a mulher era apenas a genitora, a mãe e a esposa da sociedade, ela contribuiu diretamente com o processo de desenvolvimento da região e, por isso, deve ser reconhecida como tal”.