Campus Venda Nova do Imigrante recebe visita do projeto Moinho e firma parceria

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Um grupo de artesãos e produtores de alimentos, envolvidos em um projeto de extensão do Campus Venda Nova do Imigrante, vai passar a contar com uma ajuda extra para valorizar sua produção e alavancar vendas. Eles receberam, no dia 6 de maio, a visita do projeto Moinho, desenvolvido por um grupo de sete alunos do curso de Desenho Industrial, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Os estudantes vão fazer a criação da identidade visual dos produtos, desenvolvendo embalagens, rótulos e marcas. Em sua visita, eles conheceram as demandas dos novos clientes e deverão apresentar uma linha de projeto que atenda à necessidade de cada um.

O grupo de trabalhadores que serão atendidos faz parte de um projeto desenvolvido pelo Campus Venda Nova, que teve início com uma ação de extensão chamada “Cata Papel e Inventa Moda”, realizada em 2015. A proposta foi trabalhar a reciclagem e o reaproveitamento de papel – recolhido no próprio campus – e a produção de objetos com essa matéria-prima. Com o passar do tempo, os envolvidos sentiram a necessidade de expor esses produtos.

Assim nasceu a feira “Ecoarte na praça”, que reuniu, além da turma inicial do projeto de extensão do campus, outros artesãos locais e produtores de alimentos, que também precisavam de um lugar para vender seu trabalho. A feira acontece todo primeiro sábado do mês e é um evento de arte, cultura e geração de renda.

Agora, o Campus Venda Nova segue dando suporte e orientação quanto a administração, visibilidade e parcerias. Dessa forma, entrou em contato com o projeto Moinho para que o trabalho dos expositores da feira “Ecoarte na praça” pudesse ser aperfeiçoado. Para a professora Maria José Corrêa de Souza, coordenadora do projeto da feira, a questão da identidade desses objetos afeta diretamente na margem de lucro obtida pelos artesãos.

“A falta de uma identidade do sistema produtivo desse artesanato gera dificuldades para a inserção competitiva no mercado do turismo. Boa parte dessa produção em exposição está desconectada dos valores culturais e regionais, descaracterizada em função da homogeneização dos produtos e das pressões de mercado. Essa ajuda refletirá na renda desses artesãos, que dependem desta atividade como fonte ou complementação da renda familiar”, aponta.

Para Monica Marçal, gestora de projetos do Moinho, “a parceria com o Instituto facilita a inserção dos projetos na cidade e possibilita qualificação e fortalecimento da identidade regional, fomentando o crescimento da cidade”, comenta.

Além da consultoria para o desenvolvimento da identidade visual, a visita do Moinho ao campus também rendeu outras parcerias, que viabilizarão a oferta de um curso. O “Eco Arte Designer: Artesanato, cultura e identidade nas Montanhas” será desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, com professores do Ifes, o Sebrae e a Ufes. A ideia é dar qualificação para os artesãos, para que os seus produtos tenham a identidade da cidade.

A partir das características de Venda Nova do Imigrante e dos municípios vizinhos, serão resgatados os costumes e modos tradicionais de produção artesanal, para que seja desenvolvida uma metodologia, no que se refere à identidade do artesanato. A proposta é trabalhar com o conceito da sustentabilidade e uma reflexão sobre a cultura, que proporcionará o desenvolvimento de produtos e a diferenciação desses objetos.

A previsão é que o curso tenha início no segundo semestre de 2016, com uma turma de 30 alunos.

Outros campi
A parceria do projeto Moinho com o Ifes vem desde 2014, com o atendimento dos produtores de Barra de São Francisco. Este ano, além de Venda Nova do Imigrante, o Campus Santa Teresa também recebeu a visita do projeto e parcerias já foram firmadas para suprir as carências e as potencialidades da região.