Café assistido pela Caparaó Jr. conquista título de melhor do Brasil

• Imprimir

O melhor café do Brasil em 2018 conta com assistência técnica da Caparaó Jr., empresa júnior de estudantes do Campus de Alegre do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). A competição Coffe of the Year Brasil 2018 aconteceu no último fim de semana, durante a Semana Internacional de Café, em Belo Horizonte (MG). O Café Forquilha do Rio, da família Lacerda, da cidade de Pedra Menina (ES), região do Caparaó, é bicampeão na disputa. O primeiro título foi conquistado em 2016.

A Caparaó Jr. atua junto às propriedades da região prestando assistência técnica na área de fertilidade do solo e nutrição cafeeira, além de apoiar a produção de grãos de qualidade, oferecer cursos de degustação e assessorar a participação dos produtores em eventos especializados. Durante a Semana Internacional de Café, a empresa deu suporte à participação de uma delegação de produtores capixabas.

Segundo Lucas Fonseca Ferreira, estudante do curso de Tecnologia em Cafeicultura do Campus de Alegre e diretor-presidente da Caparaó Jr., os resultados foram excelentes. Dos 25 melhores cafés da competição, cinco são da região do Caparaó, sendo três deles classificados entre os 10 melhores. A empresa atua diretamente com os produtores dos dois primeiros colocados. “É muito gratificante ter a retribuição do produtor quando recebe um prêmio. Estamos nos esforçando para contribuir com todos os produtores da região”, reforça.

Para o produtor Afonso Lacerda, um dos proprietários do Sítio Forquilha do Rio, a parceria com a Caparaó Jr. tem sido muito importante para a propriedade. Ele lembra que, além de receber assistência, o sítio já foi espaço para eventos e projetos de pesquisa, como o Grãos do Caparaó, aprovado na Chamada Setec-MEC/CNPq nº 94/2013, que contou com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e utilizou parte do sítio para experimentos. “Estamos juntos desde 2013 e crescemos nessa transição da produção de quantidade para a de qualidade, pela qual passam os produtores da região e também o curso do Ifes”, lembra.

O professor João Batista Pavesi, orientador da Caparaó Jr., comemora os resultados e destaca a importância do trabalho de parceria com os produtores que é desenvolvido na região. Ele também destaca a mudança de foco do trabalho de extensão rural do Ifes na região, que antes era o de produtividade e manejo da cultura do café, para o atual, de qualidade dos cafés especiais. “Os produtores começaram a ganhar prêmios de qualidade municipais e queriam saber por quê isso estava acontecendo”, lembra.

Caparaó Jr.

Quando surgiu, em 2010, a Caparaó Jr. atendia dez famílias. Com o projeto aprovado na Chamada Setec-MEC/CNPq nº94/2013, passou a contar com 110 famílias da região, em nove municípios capixabas e seis mineiros. Em 2014 começaram os esforços para o pedido de Indicação Geográfica do Café e no ano seguinte veio a conquista da certificação Q Grader de quatro profissionais da região em parceria com o IF Sul de Minas, sendo três deles do Campus de Alegre. “Isso proporcionou um aumento considerável de serviços prestados na área de análise sensorial, pois para emissão de laudos é necessário que haja pelo menos três degustadores com Q Grader”, explica Pavesi. Em 2016, com a criação do Laboratório de Classificação e Degustação de Café do Ifes - Campus de Alegre, foram provadas 280 amostras de café. Em 2017, foram degustadas e classificadas 470 amostras; em 2018, esse número já passa de 1120.

Confira outros dados da Caparaó Jr. em 2018:

Famílias atendidas: 1600
Comunidades Assistidas: 53
Municípios atendidos: 25
Redução no uso de insumos: - 17%
Aumento de produtividade: 26%
Produtores premiados: 58
Prêmios recebidos: 122