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Coleção de cadeiras assinada por arquiteto formado no Ifes é certificada pelo INPI

Publicado: Segunda, 21 de Setembro de 2020, 16h12 | Última atualização em Quarta, 23 de Setembro de 2020, 13h01

As cadeiras têm como temática elementos da identidade capixaba.

colecao cadeiras

Cadeiras desenhadas por Douglas Gomes Silva, arquiteto formado pelo Ifes.

 

Traduzir para o design elementos identitários do estado do Espírito Santo: esse foi o ponto de partida da coleção de cadeiras assinada por Douglas Gomes Silva, arquiteto e urbanista formado pelo Campus Colatina, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). A coleção foi seu trabalho de conclusão de curso e as cadeiras criadas por ele receberam certificados de registro de desenho industrial pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

De acordo com informações do INPI, o registro de desenho industrial “protege os aspectos ornamentais de um objeto que pode ser reproduzido de forma industrial – tanto a sua forma tridimensional quanto os aspectos bidimensionais, como estampas e padrões aplicados”. Esse registro tem como objetivo proteger a aparência do produto, portanto não se aplica à proteção de aspectos técnicos, funcionais ou tecnológicos de um produto ou de marcas e logotipos. Esta é a primeira coleção do Ifes com certificado de registro de desenho industrial. Além dos quatro certificados concedidos às cadeiras da coleção, a instituição possui mais um desenho industrial registrado, totalizando cinco certificados.

Douglas conta que sempre gostou de cadeiras, tanto as produzidas manualmente por artistas populares quanto aquelas assinadas por grandes designers. “A inspiração em si para criar uma coleção de cadeiras veio disso, de forma bem natural. A decisão de estabelecer como partido projetual elementos identitários do Espírito Santo, vem da vontade de querer traduzir para o design, e materializar através da forma a nossa identidade, que é tão peculiar, fomentando e valorizando a mesma. Acredito que eu só olhei para o meu “quintal” e busquei referências, já que sou capixaba”, conta.

Sobre o processo de criação, ele precisou fazer um longo estudo voltado ao design de mobiliário, analisando as produções de grandes nomes do design brasileiro como Sérgio Rodrigues e os Irmãos Campana. Como se tratava de seu TCC, ele estudou ainda o mercado moveleiro no estado e o público consumidor. “Criar sempre é desafiador, eu costumo dizer que o processo criativo envolve dores e delícias, que de certa forma estiveram presentes no decorrer da concepção dessa minha primeira linha de mobiliário. Foi necessário ainda estudar a iconografia do Espírito Santo, com o objetivo de absorver o máximo possível de informações para assim poder materializá-las em cadeiras, estabelecendo a relação entre a identidade e o design”, explica.

Para nomear suas criações, Douglas selecionou quatro elementos que representam diferentes identidades do estado do Espírito Santo: o Convento da Penha, o congo, a panela de barro e o rio Doce. “Após realizar levantamentos bibliográficos e constatar em vivências práticas, acredito que por meio desses elementos é possível evidenciar aspectos da história e das nossas raízes culturais”, detalha. “Todas as imagens, inclusive os desenhos das cadeiras foram croquis realizados por mim, afirmando a minha identidade enquanto arquiteto-designer, finaliza Douglas.

Registro no INPI
A banca do TCC contou com a participação do professor de Artes Walter Costa Bacildo; da arquiteta e diretora da CASACOR ES, Rita Tristão; e da professora Giusilene Costa de Souza Pinho, que orientou Douglas no trabalho. A defesa foi exclusiva para a banca justamente pela questão do sigilo para posteriormente dar entrada aos processos dos registros dos desenhos no INPI.

Por meio da Agência de Inovação do Ifes (Agifes), foram solicitados os certificados de registros das cadeiras. O primeiro registro foi emitido em abril de 2018 e o último no dia 15 de setembro de 2020. Normalmente, a previsão de concessão do registro é de até 12 meses. No caso da coleção, o processo durou mais em função da necessidade de atender algumas exigências até a adequação final dos desenhos, uma vez que os primeiros desenhos das cadeiras foram feitos à mão livre.

O registro no INPI resguarda a coleção como uma criação autoral e contribuem para o currículo profissional do autor, uma vez que o Espírito Santo é um dos grandes polos moveleiros do Brasil. “Os registros comprovam ainda que o Ifes, sobretudo o Campus Colatina, desenvolve um trabalho pautado em um ensino gratuito e de qualidade, em um tempo que se faz necessário reafirmar diariamente a importância do ensino público e o força transformadora da educação”, destaca Douglas.

A meta agora é buscar indústrias interessadas em produzir as cadeiras. “Vamos revisar pontos relevantes para o projeto executivo e divulgar a coleção, com o intuito de contactar empresas do ramo para a comercialização da linha de cadeiras”, conta Douglas. No momento, ele cursa o Mestrado em Artes pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e dá continuidade à criação de mobiliário e objetos.

Agifes
Para solicitar o registro pela Agifes, o interessado pode enviar o e-mail para agifes@ifes.edu.br. Para mais informações, a Agência elaborou também uma Cartilha de Propriedade Intelectual no Ifes, disponível em agifes.ifes.edu.br.

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